domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Caricatura



O sentimento do cómico e do ridículo expressa-se em Arte pela caricatura, em que a uma intencional deformação dos objectos ou pessoas corresponde uma intenção mais ou menos satírica. A tendência para caricaturar pessoas e acontecimentos parece ser tão antiga quanto a própria Arte.

Com o Renascimento, assistimos o interesse de alguns altos espritos pela caricatura, como Leonardo da Vinci. A imprensa é um dos melhores veículos da caricatura. As lutas religiosas subsequentes á Reforma são largamente acompanhadas pelos caricaturistas. Ao serviço da agitação politica que antecede e acompanha a Revolução francesa, a caricatura tem uma importância até então desconhecida.

A partir do século XIX cria-se uma categoria especial, a de caricaturista.

Em Portugal, Rafael Bordalo Pinheiro é o patriarca da caricatura, pois foi o criador da extraordinária figura do Zé Povinho.

Geração de 70 e a Questão Coimbrã



Se tentarmos definir a palavra “geração” na história da cultura de um país, deparamos antes de mais com uma dificuldade de carácter prático: pertencem a uma geração todos os que nascem e vivem numa mesma época, dentro de um período breve (dez ou vinte anos), marcado por tendências comuns importantes, ou pertencem a ela apenas alguns desses indivíduos que se destacam do conjunto e a representam verdadeiramente? Parece justo aplicar o termo à criação comum de ideias e de obras num determinado período decisivo da cultura e da literatura de um país. Todavia, essa criação far-se-á (e permanecerá para o futuro) inevitavelmente a partir de um número restrito de escritores e de pensadores que serão os verdadeiros iniciadores de uma geração. 

Pode dizer-se que à chamada Geração de 70 pertencem aqueles escritores da segunda metade do século XIX que a “geraram” no plano das ideias, estéticas ou outras, e não aqueles que a ela aderiram, prolongando-a historicamente. São eles: Antero de Quental (1842-1891), Eça de Queirós (1845-1900), Oliveira Martins (1845-1894) e Ramalho Ortigão (1836-1915). Secundariamente, a ela pertencerão: Teófilo Braga, Guerra Junqueiro, Jaime Batalha Reis, Guilherme de Azevedo, Gomes Leal, Alberto Sampaio ou ainda Adolfo Coelho e Augusto Soromenho. Ao nível histórico, a Geração de 70 situa-se no período que vai até à proclamação da República, em 1910.

A Geração de 70 iria começar uma polémica que iria ficar na história literária, que ficou conhecida como a Questão Coimbrã, que também é conhecida como a questão do Bom Senso e do Bom Gosto, e a polémica dava-se em torno do confronto literário com os ultras românticos.

A capacidade crítica da Geração de 70 atinge o seu ponto culminante com a realização das chamadas Conferências do Casino, de Maio a Junho de 1871. Nelas, Antero expõe as suas ideias de socialismo utópico, Eça critica o romantismo decadente e defende as teorias de Taine (para o qual a arte está sobretudo dependente de factores rácicos, climáticos e sociais) e o realismo à Zola e à Flaubert na arte e no romance. Surge, também em 1871, As Farpas, uma publicação mensal redigida inicialmente por Ramalho e por Eça. Por outro lado, ainda como geração eminentemente crítica, a Geração de 70 ataca a monarquia decadente, preparando a revolução republicana de 1910.

Todavia, apesar de todo o seu espírito crítico, a Geração de 70, na sua fase final, desiste de uma acção doutrinária e de uma intervenção histórica concreta, imediata, transformando-se no Grupo dos Vencidos da Vida. Antero suicida-se, em 1891, marcando tragicamente toda a Geração de 70.

Eça de Queirós

José Maria Eça de Queirós nasceu na Póvoa do Varzim em 25 de Novembro de 1845, filho de José Maria d`Almeida de Teixeira de Queirós e de mãe ilegítima.

O pequeno Eça foi levado para casa de sua madrinha, em Vila do Conde, onde permaneceu até aos quatro anos. Em 1849, os pais do escritor legitimaram a sua situação, contraindo matrimónio. Eça foi então levado para casa dos seus avós paternos, em Aveiro, onde permaneceu até aos dez anos. Só então se juntou aos seus pais, vivendo com eles no Porto, onde efectuou os seus estudos secundários.

Em 1861, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Uma revolta dos estudantes em Coimbra é considerada como a semente do realismo em Portugal. No entanto, esta foi encabeçada por Antero de Quental e Teófilo Braga contra António Feliciano de Castilho, pelo que, na Questão Coimbrã, Eça foi apenas um mero observador.

Terminou o curso em 1866 e fixou-se em Lisboa, exercendo simultaneamente advocacia e jornalismo. Dirigiu o Distrito de Évora e participou na Gazeta de Portugal. Em 1870, tomou parte activa nas Conferências do Casino (marca definitiva do início do período realista em Portugal) e iniciou, juntamente com Ramalho Ortigão, a publicação dos folhetins As Farpas.

Decidiu entrar para o Serviço Diplomático e foi Administrador do Concelho em Leiria. Foi na cidade do Lis que elaborou O Crime do Padre Amaro. Em 1873 é nomeado Cônsul em Havana, Cuba. Dois anos mais tarde, foi transferido para Inglaterra, onde residiu até 1878. Foi em terras britânicas que iniciou a escrita d` O Primo Basílio e começou a arquitectar Os Maias, O Mandarim e A Relíquia. No entanto, a sua longa estadia em Inglaterra encheu-o de melancolia.

Em 1886, casou com D. Maria Emília de Castro, uma senhora fidalga irmã do Conde de Resende, que tinha 29 anos enquanto Eça tinha 40. Em 1888 foi com alegria transferido para o consulado de Paris. Publica Os Maias e chega a publicar na imprensa Correspondência de Fradique Mendes e A Ilustre Casa de Ramires.

Nos últimos anos, escreveu para a imprensa periódica, fundando e dirigindo a Revista de Portugal.

Morreu em Paris em 1900.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Romantismo

O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu inicialmente na Grã-Bretanha e na Alemanha, como reacção ao culto da razão do Iluminismo, que despois se espalhou por toda a Europa. É um estado da sensibilidade europeia entre finais do séc. XVIII e princípios do séc. XIX. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais). O Romantismo tem a característica de querer revelar a parte do homem oculta pelas convenções estéticas e sociais. Muito variada nas suas manifestações, essencialmente ao nível da literatura e das artes plásticas, esta corrente sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo (tendência para se libertar de toda a obrigação de solidariedade para pensar só em si, egoísmo), o subjectivismo (tendência para afirmar a prioridade do subjectivo sobre o objectivo) e a intensidade. Os artista românticos imprimiram maior importância à imaginação, à originalidade e à expressão individual.

Exemplos de Romantismo:

Arquitectura

Palácio Nacional da Pena 


Pintura


Óscar Lopes e Júlio Martins, Manual Elementar de Literatura Portuguesa.


Música


Beethoven

Demagogia e Oratória

Demagogia é uma política que favorece as paixões populares, que é exercida com um discurso demagógico, que tem por fim movimentar ou aliciar o povo ou as multidões.

«Dizer aquilo que as pessoas querem ouvir» corresponde a uma frase demagógica, porque pretende motivar o povo a favor de quem a profere.

Oratória é a arte de bem falar para o público, em que é preciso um certo tipo de eloquência associado ás diferentes situações de um discurso.