domingo, 10 de outubro de 2010

O estilo Barroco

O nome “barroco” deriva da palavra espanhola barueco (que simbolizava uma pérola de forma irregular) e foi atribuído no final do século XVII a este estilo, contendo uma intenção pejorativa derivada ao facto de nessa altura este período ser ainda visto como a fase de decadência do Renascimento. Apenas nos inícios do século XX é que o barroco é devidamente reconhecido. Este novo estilo artístico – o barroco – nasceu em Itália (Roma), a partir das experiências maneiristas de finais do século XVI e rapidamente se expandiu para outros países europeus, atingindo mais tarde as colónias espanholas e portuguesas da América Latina e da Ásia. Ao contrário da simplicidade e serenidade do estilo renascentista, o barroco caracterizava-se pelo movimento, pelo dramatismo e pelo exagero. O barroco era uma arte espectacular e faustosa e, nas igrejas, atraía os fiéis, impressionando-os. Por isso foi denominado a arte da Contra-Reforma. No período da Reforma Católica desenvolveu-se a arte da talha na Península Ibérica, vindo a revelar-se uma das mais importantes expressões da Arte Barroca e um dos veículos privilegiados da transmissão dos princípios contra-reformistas. Atraindo o crente, de forma subliminar, levava-o a aceitar as directrizes da Igreja. A arte da talha é um produto de ensambladores, de douradores, de desenhadores e imaginários, presente em toda a arte sacra do período barroco.


Estilo barroco em Beja


Capela datada de 1672 composta por dois corpos distintos. A fachada simples não denuncia a riqueza artística do seu interior. Aqui encontra-se um dos mais importantes repositórios de arte sacra da cidade e um conjunto de azulejos com grande beleza, composto por painéis historiados de 1698 da autoria do pintor Gabriel del Barco. O corpo da igreja encontra-se revestido por talha barroca e azulejos do século XVIII.


Igreja da nossa Senhora dos Prazeres

A igreja de Nossa Senhora dos Prazeres em Beja, cuja construção remonta a 1672 e cuja notável decoração interna decorreu, no essencial, até cerca de 1700, é um dos mais notáveis testemunhos daquela linguagem artística a que se convencionou chamar de Arte Total do Barroco português.
Permanecendo em estado de abandono e desagregação da sua talha e pinturas até que, em anos recentes, entre 2001 e 2004, o esforço congregado da Diocese de Beja, do então IPPAR, e das equipas de restauro Junqueira 220, Carlos Nodal e Mural da História, permitiu que o edifício fosse estudado e intervencionado, permitindo assim que ela pudesse reabrir e ser devolvida à comunidade e também aos públicos interessados, portugueses e estrangeiros.
Trata-se de um notabilíssimo monumento, cuja valia assume expressão internacional, justamente porque caracteriza essa típica linguagem sui generis do Barroco nacional, tão distinta na sua expressão e ao mesmo tempo tão influenciada nas suas origens, das fontes barrocas italianas e francesas do século XVII, e que começa a ser lentamente reconhecido depois de um largo e injusto limbo de esquecimento.
Aqui encontra-se um dos mais importantes repositórios de arte sacra da cidade e um conjunto de azulejos com grande beleza, composto por painéis historiados de 1698 da autoria do pintor Gabriel del Barco. O corpo da igreja encontra-se revestido por talha barroca e azulejos do século XVIII.


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