sábado, 14 de abril de 2012

Resumo da Bibliografia de Luís Vaz de Camões


Luís de Camões nasceu em 1524 ou 25, provavelmente em Lisboa, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá.
Tudo parece indicar, embora a questão se mantenha controversa, que Camões pertencia à pequena nobreza, embora a situação de nobre não constituía qualquer garantia económica.

Os vastos conhecimentos e cultura do poeta são normalmente justificados por este ter frequentado o ensino superior. Camões provavelmente estudou em Coimbra, apesar de nenhum documento atesta a veracidade desta hipótese, embora não haja dúvida de que o poeta tenha passado pela Universidade.
Antes de 1550 estava a viver em Lisboa, onde permaneceu até 1553. Essa estadia foi interrompida por uma expedição a Ceuta onde foi ferido e perdeu um olho.

Descobriu-se, através do calão conceituoso, retorcido e sarcástico, um homem que escreve ao sabor de uma irónica despreocupação, vivendo apenas do destino, boémio e desregrado. Divide-se entre as amantes (sem pruridos sobre a qualidade das mulheres com quem priva) e a estroinice de bandos de rufiões, ansiosos por rixas de taberna ou brigas de rua onde possam dar largas ao espírito valentão, sem preocupações com a nobreza das causas por que se batem.
Na sequência de uma desordem ocorrida no Rossio, em dia do Corpo de Deus, na qual feriu um tal Gonçalvo Borges, foi preso por largos meses na cadeia do Tronco e só saiu – apesar de perdoado pelo ofendido – com a promessa de embarcar para a Índia. Foi soldado durante três anos e participou em expedições militares que ficaram recordadas na elegia.

Esteve também em Macau, ou noutros pontos dos confins do Império, desempenhando as funções de provedor dos bens dos ausentes e defuntos.
Não é ponto assente. Mas o que se sabe é que a nau em que regressava naufragou e o poeta perdeu o que tinha amealhado, salvando a nado Os Lusíadas na foz do rio Mecon, episódio a que alude na estância 128 do Canto X.
Vem até Moçambique a expensas do capitão Pero Barreto Rolim, mas em breve entra em conflito com ele e fica preso por dívidas. Diogo do Couto relata mais este lamentável episódio, contando que foram ainda os amigos que vinham da Índia que, ao encontrá-lo na miséria, se cotizaram para o desempenharem e lhe pagarem o regresso a Lisboa. Diz-nos ainda que, nessa altura, além dos últimos retoques nos “Os Lusíadas”, trabalhava numa obra lírica, o Parnaso, que lhe roubaram – o que, em parte, explica que não tenha publicado a lírica em vida.
Chega a Lisboa em 1569 e publica Os Lusíadas em 1572, conseguindo uma censura excepcionalmente benévola.

Apesar do enorme êxito do poema e de lhe ter sido atribuída uma tença anual de 15000 réis, parece ter continuado a viver pobre.
Morreu em 10 de Junho de 1580. Algum tempo mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou gravar uma lápide para a sua campa com a citação:
“Aqui jaz Luís de Camões, Príncipe dos Poetas de seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu”.

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