Contudo, este tempo (séc. XIX), é uma espécie de mascara de um outro tempo designado metafórico, que remete para o tempo da escrita (séc. XX), mais concretamente o período da ditadura de Salazar, o Estado Novo em que havia a censura; a PIDE e os seus agentes que acusavam quem não era a favor do regime.
Sttau Monteiro criticou assim de forma muito hábil o período do Estado Absolutista de Salazar aliado á igreja e servido por uma policia desumana.
Em termos paralelos, a execução de Gomes Freire de Andrade em 1817 equivale ao assassinato do General Humberto Delgado em 1965; ambos conhecido como os "Generais sem medo", que punham em perigo as forças do poder; Principal Sousa equivale à igreja hipócrita do séc. XX sempre aliada ao Estado em busca de privilégios e regalias; as forças policias e os delatores da peça representam a PIDE e os seus agentes agiam sempre de forma traidora.
Finalmente o povo, esse é sempre o mesmo, é quem sofre a miséria e a fome, é quem vive em péssimas condições mas não tem forças para lutar pela mudança.
As personagens de Felizmente há luar agrupam-se por sectores:
- Forças do poder - D. Miguel Forjaz, Principal Sousa e Beresford;
- Forças da Ordem - 1º policia e 2º policia;
- Forças Delatoras ou Denunciadoras - Vicente, Morais Sarmento e Andrade Corvo;
- Forças da Oposição - General Gomes Freire de Andrade, Matilde de Melo e Antonio de Sousa Falcão;
- Forças Populares - Manuel, Rita, uma velha, o antigo soldado e vários populares.
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