domingo, 13 de novembro de 2011

Alberto Caeiro

Caeiro só se interessa por aquilo que capta pelas sensações, ou seja, é um sensacionalista. Vive aderindo espontaneamente às coisas, tais como são, e procura gozá-las com despreocupação o conteúdo original da Natureza. Mestre de Pessoa e de outros heterónimos, dá especial importância ao acto de ver, mas é sobretudo a inteligência que discorre sobre as sensações. Passeando e observando o mundo, personifica o sonho da reconciliação com o universo, com a harmonia pagã e primitiva da Natureza. Caeiro com a intelectualidade do seu olhar liberta-se dos preconceitos, recusa a metafísica, o misticismo e o sentimentalismo social e individual.
A poesia de Alberto Caeiro tem as seguintes características:

Objectivismo (aceitação calma do mundo como ele é e da morte):

- Atitude anti lírica;
- Atenção à “eterna novidade do mundo”;
- Integração e comunhão com a natureza;
- Poeta da Natureza;
- Poeta deambulatório.

Sensacionismo:


- Poetas das sensações tais como são;
- Poeta do olhar;
- Predomínio das sensações visuais e das auditivas;
- O “Argonauta das sensações verdadeiras” descobridor das sensações verdadeiras;
- Realismo ingénuo.

Anti-metafísica (predominância das sensações como oposição ao pensamento):

- Recusa do pensamento;
- Recusa do mistério;
- Recusa do misticismo (amar pelas coisas em si mesmo).

Panteísmo Naturalista:

- Tudo é Deus, as coisas são divinas;
- Paganismo;
- Desvalorização do tempo enquanto categoria conceptual;
- Contradição entre a teoria e a prática.




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